A produção agrícola de pequena escala feita por alguns agricultores familiares do interior baiano está agora disponível para degustação na capital baiana. O Empório de Agricultura Familiar, empreendimento do governo estadual instalado na Ceasinha do Rio Vermelho, na capital Salvador, inaugurou na última semana um restaurante à la carte. O espaço tem como matéria-prima os insumos oriundos dos produtores familiares da Bahia.
Representantes de algumas cooperativas do estado estiveram presentes na inauguração do restaurante, que funciona anexo ao empório (loja) de terça a domingo, das 8h30 às 17h30. Segundo o gestor do empreendimento, Pablo Barreto, a inauguração do espaço conta com três pratos regionais:
- Galinha de parida;
- Cordeiro atolado; e
- Baião de fumeiro.
O cardápio é desenvolvido com insumos cultivados nos municípios de Itiúba, Pintadas e Maragogipe.
“Nosso desafio é trazer isso para o público soteropolitano, para que ele possa prestigiar também os pratos, para além da loja. A loja tem diversos produtos, de produtores e histórias por trás disso”, afirma Barreto.
As sobremesas servidas no restaurante, de chocolate e de licuri da costa, também são produzidas a partir do chocolate 50% e 70% do projeto Bahia Cacau. De acordo com o gestor, o projeto é que a confeitaria ganhe novos parceiros para a produção de doces com a identidade do estado nordestino.
Agricultores familiares ganham espaço em Salvador municípios vizinhos
Projetos como o do Empório da Agricultura Familiar estão sendo implantados pelo governo estadual na capital baiana e em municípios vizinhos. O intuito, segundo autoridades envolvidas no projeto, é ampliar a comercialização dos produtos oriundos de pequenos produtores.
A cidade de Capim Grosso, a aproximadamente 300 km de Salvador, também recebeu na última semana uma loja exclusiva para a comercialização de produtos de agricultores familiares. O empreendimento surgiu da Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes), mas financiado pelo governo do estado, por meio do projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Pró-Semiárido.
“Essa conquista representa a história das quebradeiras de licuri aqui da nossa região” — Robenor Araújo
De acordo com o dirigente da cooperativa, a loja representa a valorização do licuri, principal matéria-prima dos produtos expostos no espaço, e exalta o trabalho dos agricultores. “Essa conquista representa a história das quebradeiras de licuri aqui da nossa região, em uma época em que o licuri não era valorizado”, destacou Robenor Araújo, dirigente da cooperativa fundada em 2005.
Vendido comumente em feiras livres e consumido nas cozinhas do sertão baiano, o licuri é um coquinho típico da caatinga, utilizado cada vez mais na gastronomia nacional.
Além dos derivados do licuri, o espaço dispõe de produtos fabricados a partir do beneficiamento de produtos como mandioca, mel, milho, leite, umbu e outras frutas e derivados do leite, dentre outros.